O conceito de espaço em disco pode ser de difícil compreensão, especialmente para os mais velhos, já que cresceram em um mundo em que espaço estava unicamente associado às dimensões físicas de algo, que é facilmente constatável por medição ou simplesmente pelo que se é capaz de enxergar.
Às vezes até mesmo os mais jovens, que crescem ouvindo o termo e tendo que lidar com ele no dia a dia, ao usar seu smartphone, seu cartão micro SD ou a conta de armazenamento em nuvem, porém o conceito pode não ser tão claro e definir se X gigabytes são suficientes para algo, pode ser um problema.
E entre tudo que faz uso de espaço em disco, está a hospedagem de site, que além desse aspecto, baseia-se em outros tão importantes quanto, mas igualmente abstratos para muitos. Vamos esclarecer isso de uma vez por todas!
O que é espaço em disco?
Hoje, cada vez menos o termo tem sentido e logo você vai entender o porquê.
Quem já viu ou teve em mãos um disco rígido ou hard disk drive (HDD), talvez não imagine que dentro do case de formato retangular, pesando em torno de 200 gramas nas unidades de 2,5 polegadas, exista um disco, capaz de girar a até 15000 rpm em alguns modelos e que são capazes de armazenar até 16 TB de dados, sendo que neste ano de 2020, já há previsões das unidades de 20 TB chegarem às lojas.
Nem sempre foi assim. Quando a IBM criou o primeiro HD, ele pesava mais de 1 tonelada e era capaz de armazenar míseros 5 MB, o que até os celulares mais modestos de 2010, eram capazes de superar.
Muito tempo se passou, houve a incorporação de muitas tecnologias aos HDDs, mas o princípio por trás de tudo, ainda é o mesmo. Um disco recoberto com uma finíssima camada magnética e uma cabeça de leitura e gravação de dados, que funciona como um eletroímã, ordenando moléculas com sinal positivo ou negativo, o que de acordo com a ordenação, representa os números zero e um do sistema binário usado para dados em computação.
A depender das características do material magnético e outras condições e tecnologias utilizadas, consegue-se armazenar diferentes volumes de dados e por esta razão, que apesar das dimensões dos discos não terem aumentado, sua capacidade tem.
Pode-se dizer que a densidade de dados por unidade de espaço, está cada vez maior.
A essa capacidade de acumular informação, que se chama de espaço em disco.
No mundo físico, o espaço é uma grandeza imutável e assim 1 metro cúbico, será sempre 1 metro cúbico.
Em informática, o mesmo disco de 2,5 polegadas é capaz de armazenar 10 vezes mais dados do que era capaz há 10 anos, sendo que esse aumento não foi linear.
Portanto, espaço em disco, não se refere ao espaço físico que o disco ocupa ou que os dados ocupam, mas a disponibilidade de guardar informação em uma mídia, no caso o nosso disco, sendo que a unidade fundamental, é o byte e 1 Gb equivale a 1 000 000 000 bytes.
E da mesma forma que a tecnologia permitiu que seja possível armazenar cada vez mais informação em unidades de dimensões (espaço físico) cada vez menores, propiciou também o surgimento de outras tecnologias para guardar os dados, como os SSDs (Solid State Drive), por exemplo, em que o disco como o conhecemos, não existe mais.
O conceito de armazenamento em disco, que esteve presente por várias décadas e que inclusive permitiu que a computação se desenvolvesse como a conhecemos hoje, permanece o mesmo.
No entanto, o nível de adoção de outras memórias secundárias, usando discos e partes móveis, vem caindo consideravelmente a medida em que novos, melhores, mais rápidos e mais baratos SSDs tornam-se disponíveis.
A importância do espaço em disco
A corrida entre os fabricantes de discos rígidos – e atualmente de SSDs – com capacidades de armazenamento cada vez maiores, sem ter que para isso aumentar as dimensões das mídias, decorre do grande volume de dados que as muitas tecnologias – entre elas a Internet – e o conhecimento humano tem produzido.
No meio desse caminho, a velocidade com que o homem foi capaz de produzir informação, foi maior do que a disponibilidade para armazená-la e com isso surgiram tecnologias para compressão de dados.
O MP3, tão popular formato para áudio digital, o JPG para imagens e o MPEG para vídeos, foram algumas das muitas respostas para fazer com que os respectivos dados ocupassem menos espaço, mas preservando a essência da informação.
Se quando os primeiros smartphones surgiram, 64 Mb de armazenamento interno e um cartão SD de 512 Mb, era coisa reservada aos modelos mais caros, em 2020 armazenamentos internos de 64 Gb, estão se tornando o padrão dos modelos de entrada, o que em vários casos, é pouco!
Sim, é pouco pois ao longo desse tempo, por exemplo o padrão de imagens que um dia foi VGA (640 X 480) e que poderia ocupar poucos megabytes, hoje tem no 8K (7680 X 4320) o desejo da maioria – mesmo sem saber exatamente o que isso significa – e pode exigir facilmente mais de 220 Gb de espaço para um simples filme de 2 horas.
Quem é capaz de dizer quantas fotos, apps, vídeos e outros conteúdos digitais seu smartphone é capaz de guardar no espaço interno que ele dispõe?
Embora muitos ou a maioria não saiba responder, é bastante! Ainda assim, esses mesmos aparelhos já são capazes de ler cartões SDs de 2 Tb!
A mesma pergunta pode ser feita, tendo como cenário um ambiente de hospedagem, ou seja, quanto espaço ocupa um site ou blog baseado no WordPress, com 10 plugins instalados e 400 postagens publicadas? Quanto espaço ocupam 10 contas de e-mail e as mensagens que estes usuários enviaram e receberam ao longo de 5 anos?
Já deve estar claro nesse ponto, o quão valioso é o espaço em disco seja no seu notebook, tablet, smartphone, pendrive, sua conta do Dropbox ou Google Drive, ou seu plano de hospedagem.
O espaço em disco na hospedagem de sites
Da mesma forma como as tecnologias de armazenamento de dados evoluíram para atender as demandas de outras tecnologias que produzem montanhas de dados, o ambiente de hospedagem também foi afetado.
Ainda na época do boom da Internet, com o surgimento de inúmeros sites e serviços, um plano de 100 Mb de espaço em disco, era algo capaz de atender uma infinidade de sites institucionais e tudo que estivesse ligado a ele, incluindo e-mails e bancos de dados. Hoje, um único usuário de e-mail é capaz de utilizar este montante, em poucos dias de trabalho.
CMSs poderosos como base para sites, lojas virtuais, blogs, vlogs, portais de conteúdo, sistemas administrativos baseados em poderosos e volumosos bancos de dados, muitas imagens, vídeo tutoriais, podcasts, são apenas a ponta do iceberg de dados que uma solução ampla visando a presença digital de uma empresa, pode demandar.
Assim, saber estimar adequadamente o quanto de espaço em disco é necessário para acomodar o desenvolvimento da sua presença na Web e as estratégias de Marketing Digital e Marketing de Conteúdo das empresas, é ao mesmo tempo um desafio e uma necessidade.
Porém há algumas práticas que se adotadas, podem contribuir favoravelmente para obter um uso otimizado do espaço em disco disponível no seu plano de hospedagem, por mais generoso que ele seja.
10 dicas para otimizar o uso do espaço em disco na hospedagem
Como vimos, o uso de espaço em disco é algo que pode constituir um problema, devido ao grande consumo que o conteúdo pode representar, especialmente se nada for feito ao longo do tempo.
A seguir, listamos algumas dicas que certamente vão ajudar a usar adequadamente e evitar que o espaço do qual você dispõe, seja consumido desnecessariamente, forçando-o a um upgrade que as vezes pode ser evitado:
Se você criou seu site baseado em um CMS, como por exemplo o WordPress, desinstale todos os plugins que não estiver usando. Caso eventualmente no futuro precise deles, adicioná-los e ativá-los, é simples e rápido. Essa prática, além de poupar espaço em disco, também contribui para melhorar a segurança do site, visto que um plugin desatualizado, mesmo inativo, pode vulnerabilizar o site;
Não armazene backups na sua conta de hospedagem. Além de não ser seguro, representa um consumo significativo de espaço;
Se você utiliza sistemas de cache, faça periodicamente a limpeza ou faça agendamentos para limpeza automatizada, por exemplo, usando cron jobs;
Alguns logs podem crescer indefinidamente e tornar-se muito grandes. Faça backup daqueles que são importantes, armazenando-os em outra localidade. No caso de logs de erros, eles devem servir para corrigir eventuais falhas dos sistemas que utiliza;
Otimize as imagens utilizadas no site e use formatos adequados a cada proposta. Fazer upload de imagens maiores do que as medidas efetivamente exibidas e redimensioná-las através do código, não faz sentido e consome espaço desnecessariamente;
Os usuários de e-mail devem remover SPAM / lixo eletrônico e esvaziar a lixeira regularmente;
Faça a otimização do banco de dados a intervalos regulares;
Verifique a quantidade de inodes utilizados na sua conta de hospedagem. Isso pode revelar arquivos desnecessários e que você talvez nem mesmo sabia da sua existência, como os decorrentes de tarefas cron;
Caso você tenha muitos vídeos no site, pode ser interessante e até mesmo favorável do ponto de vista de presença digital, utilizá-los em um serviço como Youtube, Vimeo ou DailyMotion;
Não use o espaço da hospedagem como disco virtual. Há ótimos serviços gratuitos de armazenamento na nuvem, inclusive gratuitos e que oferecem recursos específicos a essa finalidade;
Conclusão
A quantidade de espaço em disco na hospedagem de site, refere-se à disponibilidade para armazenar dados do site, e-mails, banco de dados, sendo que o seu uso deve ser otimizado a fim de acomodar todo o volume e diversidade de informações que sua presença digital exige.